Boiadeiros

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Os Boiadeiros na Umbanda são guias espirituais que valorizam a natureza e que contribuem com o equilíbrio entre seres humanos e meio ambiente. Na verdade, eles foram pessoas evoluídas que possuíam laços fortes com a fauna e flora e, depois de desencarnados, resolveram continuar suas missões espirituais. 

Apesar da aparência agressiva, forte e valente, os Boiadeiros são muito generosos, pacíficos e benevolentes. Além disso, eles utilizam uma linguagem específica que remete ao campo para se comunicarem com o mundo dos vivos.   

Tradicionalmente, eles seguem os orixás Oyá Tempo – Logunam e Oxalá, que juntos regem a fé.   Os Boiadeiros assumem o papel de guardiães protetores da Lei Maior quando os Boiadeiros são governados por Ogum, o orixá da guerra. Porém, eles também podem trabalhar para eliminar energias negativas e expulsar espíritos obsessores quando seguem a linha de Oyá Tempo.   Na época que eram vivos, eles trabalhavam com a terra e dominavam a arte do cuidado do campo, lidando com os instintos animais e as adversidades climáticas. Por isso que, enquanto guias espirituais na Umbanda, os Boiadeiros são conhecidos por conseguirem trazer harmonia até para as relações mais improváveis. 

Com a fala simples, o respeito à natureza e um coração enorme, esse guia é uma presença muito apreciada nas giras de Umbanda. Sem falar que os Boiadeiros procuram sempre a ajudar, orientar, auxiliar e aconselhar os aflitos que se desviam do caminho do bem.   Também vistos como fazendeiros ou vaqueiros, esses guias possuem uma maneira própria para se comunicarem com as pessoas. Com uma linguagem característica do campo, eles transmitem a mensagem de paz e amor do orixá regente. 

Características dos Boiadeiros na Umbanda 

Quando você olha para um Boiadeiro em uma gira na Umbanda, você logo pensa em um peão, vaqueiro, laçador ou, até mesmo, em um tocador de viola. Isso porque eles eram seres que possuíam um laço profundo com a natureza e com os animais. Depois de desencarnadas, como eram muito evoluídos, tornarem-se guias espirituais.  Como fiéis protetores da harmonia entre meio ambiente e seres humanos, os Boiadeiros na Umbanda têm costumes próprios e desempenham o papel de transmitir a mensagem de fé, respeito e amor universal. Sendo assim, esses guias trabalham sempre em direção ao equilíbrio de forças e à eliminação de energias negativas, chegando a expulsar presenças obsessoras da mesma maneira que controlam a boiada no pasto. 

Com muita humildade e um jeito modesto, típicos do sertão, os Boiadeiros carregam uma enorme vontade de ajudar e orientar os seres humanos desgarrados. Por isso, eles são guias muito respeitados nos terreiros de Umbanda.  Além da aparência emblemática, os Boiadeiros possuem características específicas como nomes peculiares e palavras específicas que fazem parte da comunicação entre guias e as pessoas. 

Nomes dos Boiadeiros na Umbanda

João Boiadeiro

Boiadeiro do Ingá

Zé Mineiro

Boiadeiro do Rio

Zé do Laço

Boiadeiro da Serra da Estrela

Boiadeiro da Jurema

Boiadeiro do Chapadão

Boiadeiro de Chapéu de Couro. 

Zé da Figueira 

Chico da Porteira 

Zé da Campina

João da Serra

Boiadeiro Navizala

Laço Nervoso

Carro de Boi

Zé do Trilho

Boiadeiro do Lajedo

Boiadeiro da Jurema

Zé do Gibão

João do Laço

Embora pareçam sertanejos com aparência carrancuda, a celebração dos Boiadeiros acontecem no dia 2 de julho e são sempre momentos festejados com muita alegria. Além disso, há tradições que separam as terças-feiras para as giras de Boiadeiros e outras, as quintas-feiras.     

De qualquer maneira, há símbolos específicos no culto dos Boiadeiros na Umbanda, assim como o berrante, chifres, as botas de couro, cigarro de palha e sementes olho de boi. Nos trabalhos, é comum acender velas (pode ser nas cores dos Boiadeiros ou não) para pedir a proteção dos guias e limpeza espiritual.